É tempo de voltar ao trabalho. Na passada sexta-feira (dia 13) prometi que retomaria a actividade na segunda-feira, para pôr a escrita em dia, mas tal não foi possível. Foram várias as razões entre as quais o programa Prós e contras, do Canal 1 da RTP, cujo tema era o Casamento entre pessoas do mesmo sexo, que foi para o ar no único horário que eu tinha disponível. Optei por ver o programa faltando ao compromisso aqui assumido. O que sublinho do programa?! Uma preocupação! Pessoas extremamente intolerantes com uma simples opinião contrária à sua, acusando de intolerantes quem defende uma convicção. Estas incoerências, por tão vulgares que se tornaram (infelizmente) no quotidiano político e social do nosso país, passam despercebidas à maioria das pessoas... mas são graves... muito graves!
O debate foi interessante, com momentos de alguma elevação mas outros, diga-se, a rondar a brejeirice. Pessoas de elevada formação académica denotando enormes dificuldades em conter uma forte emotividade, incapazes de isolar a enorme componente subjectiva que determina a sua posição face ao assunto em debate.
Já no programa da semana passada, em que o tema em debate era o caso Freeport Outlet de Alcochete, se passara algo idêntico. A cátedra intelectual a pronunciar-se sobre casos de Justiça com tamanha carga emotiva que até dá dó. Preocupante, porque o exemplo vem (devia vir) de cima!
De volta ao programa de ontem. Não pretendo desenvolver hoje o tema, mas confesso que era minha intenção, antes de me retirar para "férias", deixar um texto para debate confrontando os dois maiores monumentos legislativos do ordenamento jurídico português - A Constituição da República Portuguesa (CRP) e o Código Civil Português (CCP) - destacando os artigos apontados em ambos como justificativos das posições antagónicas nesta matéria: o artº 13º da CRP (Princípio da Igualdade) e o artº 1577º do CCP (Noção de Casamento). Fica a ideia, à qual voltarei (talvez) em breve, pelo que recomendo a leitura do Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa sobre o Casamento Homossexual - Processo:6286/2006-8 de 15 de Fevereiro de 2007.
Neste parágrafo pretendo saudar os meus companheiros co-autores do blogue que publicaram textos na minha ausência e dizer-lhes que muito me custou não lhes ter acrescentado um comentário. Fram três textos muito bons, simples e criativos e, particularmente o da Catarina e o do João Miguel, abordando temas da minha eleição. A eles voltarei, pois a minha concepção de blogue e participação neles não é comentar apenas e só quando os textos são "frescos". Todos os textos estão sempre disponíveis para serem comentados, porque isto não é um jornal diário que amanhã está no lixo ou a embrulhar castanhas. Um blogue é um documento, um registo intelectual que perdura, que poderá e deverá ser comentado a todo e qualquer momento.
Sobre as alterações do Blogue, para além daquelas que são óbvias e saltam à vista, delas vos darei conta num próximo texto (chamo-lhes textos, já lhes chamei artigos e há quem lhes chame posts; sinceramente nenhum destes conceitos me "sabe" bem. Vou tratar de descobrir um mais adequado. Aceito sugestões).
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