3. O princípio do Respeito
A expectativa não deve ser indiscriminada e automática. Aquilo que eu espero dos meus alunos tem de ser pautado pelo respeito pelas suas características, pelo seu estádio de desenvolvimento, pelos seus interesses emergentes. A expectativa salutar é uma relação subtil que se baseia num vaivém de acção e reacção, de respeito pelo que o aluno é e de esperança pelo que venha a ser. Nada do que é humano é automático.
O Pedro sempre gostou muito de História. Tudo começou, quando, um dia, tinha talvez uns 12 anos, estudando com um livro na mão, o seu pai reparou e disse: «Olha, o Pedro gosta de História!». No dia seguinte, comprou-lhe um livro de Elaine Sanceau sobre a viagem de Fernão de Magalhães à volta da Terra. E daí em diante, ele que costumava ter dez e onzes a História, passou a ter dezasseis e dezoitos. Foi a expectativa que estimulou o interesse. Mas a expectativa já se exerce sobre um elemento da realidade: ele tinha um livro nas mãos. Foi portanto uma expectativa que se baseou no respeito. Subtilezas de que só os humanos são capazes.
Fonte: CUNHA, Pedro D'Orey da - Ética e Educação, Universidade Católica Editora, Lisboa, 1996, p. 61
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