1- Esta época(de exames) não me permite alongar mt sobre o assunto(E tanto haveria para dizer)
2- Sou contra liminarmente
3- Já assisti ao vivo e confesso que não sendo uma pessoa minimamente sensível, o espectáculo do nobre cavaleiro a vangloriar-se perante o seu povo de cada vez que "atacava"(será o termo certo estocada?)o já cansado e totalmente ensanguentado touro, foi um espectáculo que me enojou...Não me senti minimamente parte daquele mundo.
4- Não enojado pela violencia em si...mas pela barbaridade, por sentir que o homem é superior a uma espectaculo tao degradante.
5- E degradante porque a arte não está em defrontar um animal, em "vencer" o touro, aquela enorme força da natureza aparentemente incontrolável... O cavaleiro não treinará sempre em touros vivos...a sua actuação será em princípio segura(raramente vejo um cavaleiro a magoar-se, quanto muito eventuais quedas, mas não considero uma actividade perigosa, não mais do que o futebol sequer). A sua arte não existe por ali estar um animal, a sua arte era passível de existir (a cavalo e as farpas e os movimentos) sem infligir dor num animal indefeso(sim, é indefeso apesar dos 500kg) num qualquer touro mecanico ou alvo em movimento. Mas os aficionados recusariam, os aficionados querem ver a estocada no animal, o aficionado faz uma manifestação porque não é permitido matar um animal com uma espada no pescoço numa arena à frente de crianças inclusive(um filme de terror é para maiores 16 ou 18 anos, e uma tourada?)....E é isto que acho bárbaro...esta violencia desnecessária, esta alegria perante a violencia pura perante um animal(essas mesmas pessoas que não podem ver alguém maltratar um cão).
6- Há dois argumentos que já nao csg sequer digerir: é uma tradição(as tradições não são eternas, só as boas deveriam ser) e o "não queres não vejas", só por si estúpido o suficiente para não ter que contra-argumentar
7- O vídeo é exagerado e demagógico...certamente a tourada não está sequer perto do apedrejamento...É uma maneira de passar uma msg(a das más tradições) mas também uma forma de fazer com que os defensores das touradas vejam os restantes como fundamentalistas que nem sabem do que estão a falar(e não saberão se o colocarem nesse patamar do vídeo)!
8- E no fundo é uma questão de razoabilidade, acredito mesmo que se a tourada não acabar por lei acabará por falta de público...A tourada já não é o espectáculo de massas que foi em tempos, e se mts nem são contra, já poucos são os que gostam, e cada vez menos.
9- Ainda não vi um defensor de tourada que não fosse nos seus argumentos ridículo e rídiculo por não admitir a simples realidade de gostar de um espectaculo bárbaro(não percebo como assim não seja)!
10- vejam o lugar comum do argumento da "honra do touro em morrer na arena"!Este certamente é o mais bem humorado de todos.
Ou o touro extinguia-se(nem por isso usam o lobo ibérico para espectaculos identicos)
10- E tanto que tinha a dizer, já nem é sequer um assunto que me preste a ouvir com agrado a outra parte, tal vincada se tornou a minha posição(e foi exactamente por ouvir argumentos dos pró-touradas que assim me tornei afincadamente alguém que veria com muito agrado o fim das Touradas!
Quanto ao que referes no ponto 7, sobre ao vídeo ser exagerado e demagógico, não posso discordar contigo em absoluto, mas hás-de convir que estes assuntos não se tratam com "moleza".
Por acaso o facto de o vídeo estar linkado do youtube faz com que o título apareça logo no início revelando à partida o assunto que vai tratar, o que lhe retira muito do impacto. Quando o vi pela primeira vez ele fora-me enviado por uma pessoa amiga por e-mail e, acredita, o impacto que produziu em mim foi violento... fui assistindo com repugnância ao acto bárbaro de lapidação, ou suplício de apedrejamento, sem compreender qual o objectivo daquele vídeo até que lá apareceram as imagens dos touros ensanguentados e compreendi finalmente a mensagem.
A pessoa que me enviou o vídeo segue este blogue com regularidade, diria mais, diariamente, e sei que já verteu muitas lágrimas ao ler estas palavras. As mesmas lágrimas que ambos vertemos há vinte anos, na praça de touros mais antiga do país - Abiul - enquanto tocava-mos uns passdobles ao serviço da Banda Filarmónica que ambos representávamos - Filarmónica Artística Pombalense. A minha amiga chorava de raiva pela barbárie a que era obrigada a assistir e eu chorava por vê-la chorar (porque nos amávamos).
Passados estes anos todos, muita coisa mudou, mas muita manteve-se inalterada: a nossa amizade; o nosso amor; e o nosso repúdio por actos bárbaros praticados pelo ser humano entre os quais a Tourada se inclui, mas não é o único.
P.S.: Boa sorte para os exames!
P.P.S.: Se alguém souber como linkar um vídeo do youtube sem que apareça o título no início, agradeço que me transmitam a informação! Obrigado.
Após ler atentamente as vossas palavras, senti-me impelida a acrescentar algumas minhas.
Na realidade, quando penso em Abiúl sinto-me algo dividida. Por um lado, tenho daquele local grandes e carinhosas recordações de um enorme e eterno amor que me acompanharam toda uma vida e ajudaram a fazer de mim quem sou actualmente; por outro, aquele “desporto” invocava/invoca em mim uma raiva extrema, que fazia com que me visse por vezes (muitas vezes, mais ainda do que gostaria de admitir) a desejar que o detentor da bandarilha (instrumento utilizado para espetar no animal) caísse e fosse trespassado pela mesma.
Quando coloco aqui a palavra desporto, não é por acidente, pois muitos aficionados das touradas, dizem que se trata de um desporto e, como diz o Hugo no ponto 6, habitualmente, a defesa para os indefensáveis é exactamente a de “ - Eu se não gosto de um qualquer desporto não assisto”.
Mas, por curiosidade e essencialmente para complementar estas minhas palavras, fui procurar a definição de desporto, e aqui estão alguns dos resultados encontrados: 1. Divertimento, recreio. 2. Qualquer exercício corporal ao ar livre (para recreio, ou demonstrar agilidade, destreza ou força). 3. Desenvolvimento físico. ----x---- Actividade que requer uma complexidade de capacidades físicas e exercício físico vigoroso. - Envolve organização e regulamentação da competição - Ao mesmo tempo que é organizado e estruturado segundo regras bem definidas mantêm uma ligação muito forte com a liberdade e espontaneidade.
Ora, aqui, o que mais gostaria de evidenciar é exactamente a liberdade. Em qualquer desporto, as duas partes que competem, além de habitualmente em igualdade de circunstâncias e/ou condições, estão presentes por vontade própria, ou seja, exercem o seu direito de praticar esse desporto.
Não havendo manifesta vontade de alguma das partes de estar presente, lamento, mas isso nunca se poderá enquadrar na categoria acima mencionada.
Gostaria ainda de falar sobre as tradições em relação a este mesmo tema. Há alguns anos atrás foram proibidos no nosso país os touros de morte. Numa das localidades onde esta prática era comum, (prefiro não a identificar pois isso seria fazer-lhe publicidade que não merece), houve grande tumulto e nunca chegaram a colocar a lei em prática – com conhecimento do país, senão do mundo.
Lamentavelmente, invocando a tradição, conseguiram obter uma autorização para manterem os ditos touros de morte naquela localidade. Quando uma outra localidade que também teria a mesma tradição, (tendo apenas sido suspensa por causa da lei), pediu para ser incluída naquela autorização, foi-lhe dito que, como a localidade anterior NUNCA tinha abandonado a tradição e esta última tinha-o feito (relembro que, para cumprir a lei em vigor), esta autorização não lhe seria concedida.
Ora, por um lado, ainda bem que esta última não obteve a sua autorização, (pelo menos os animais são poupados), mas, analisando a questão do foro legal (bem mais a vossa área do que a minha), os primeiros foram agraciados por nunca terem cumprido a lei!
As tuas palavras, Estudante de direito, fizeram-me reviver momentos da minha vida, que amei (pela pessoa que tinha a meu lado) e odiei, pelo “espectáculo” a que não podia fugir (por dever) e pela raiva que sentia por não conseguir evitar o que acontecia.
Permite-me usar as tuas palavras para reiterar que “Passados estes anos todos, muita coisa mudou, mas muita manteve-se inalterada: a nossa amizade; o nosso amor; e o nosso repúdio por actos bárbaros praticados pelo ser humano entre os quais a Tourada se inclui, mas não é o único”...
3 comentários:
1- Esta época(de exames) não me permite alongar mt sobre o assunto(E tanto haveria para dizer)
2- Sou contra liminarmente
3- Já assisti ao vivo e confesso que não sendo uma pessoa minimamente sensível, o espectáculo do nobre cavaleiro a vangloriar-se perante o seu povo de cada vez que "atacava"(será o termo certo estocada?)o já cansado e totalmente ensanguentado touro, foi um espectáculo que me enojou...Não me senti minimamente parte daquele mundo.
4- Não enojado pela violencia em si...mas pela barbaridade, por sentir que o homem é superior a uma espectaculo tao degradante.
5- E degradante porque a arte não está em defrontar um animal, em "vencer" o touro, aquela enorme força da natureza aparentemente incontrolável...
O cavaleiro não treinará sempre em touros vivos...a sua actuação será em princípio segura(raramente vejo um cavaleiro a magoar-se, quanto muito eventuais quedas, mas não considero uma actividade perigosa, não mais do que o futebol sequer). A sua arte não existe por ali estar um animal, a sua arte era passível de existir (a cavalo e as farpas e os movimentos) sem infligir dor num animal indefeso(sim, é indefeso apesar dos 500kg) num qualquer touro mecanico ou alvo em movimento. Mas os aficionados recusariam, os aficionados querem ver a estocada no animal, o aficionado faz uma manifestação porque não é permitido matar um animal com uma espada no pescoço numa arena à frente de crianças inclusive(um filme de terror é para maiores 16 ou 18 anos, e uma tourada?)....E é isto que acho bárbaro...esta violencia desnecessária, esta alegria perante a violencia pura perante um animal(essas mesmas pessoas que não podem ver alguém maltratar um cão).
6- Há dois argumentos que já nao csg sequer digerir: é uma tradição(as tradições não são eternas, só as boas deveriam ser) e o "não queres não vejas", só por si estúpido o suficiente para não ter que contra-argumentar
7- O vídeo é exagerado e demagógico...certamente a tourada não está sequer perto do apedrejamento...É uma maneira de passar uma msg(a das más tradições) mas também uma forma de fazer com que os defensores das touradas vejam os restantes como fundamentalistas que nem sabem do que estão a falar(e não saberão se o colocarem nesse patamar do vídeo)!
8- E no fundo é uma questão de razoabilidade, acredito mesmo que se a tourada não acabar por lei acabará por falta de público...A tourada já não é o espectáculo de massas que foi em tempos, e se mts nem são contra, já poucos são os que gostam, e cada vez menos.
9- Ainda não vi um defensor de tourada que não fosse nos seus argumentos ridículo e rídiculo por não admitir a simples realidade de gostar de um espectaculo bárbaro(não percebo como assim não seja)!
10- vejam o lugar comum do argumento da "honra do touro em morrer na arena"!Este certamente é o mais bem humorado de todos.
Ou o touro extinguia-se(nem por isso usam o lobo ibérico para espectaculos identicos)
10- E tanto que tinha a dizer, já nem é sequer um assunto que me preste a ouvir com agrado a outra parte, tal vincada se tornou a minha posição(e foi exactamente por ouvir argumentos dos pró-touradas que assim me tornei afincadamente alguém que veria com muito agrado o fim das Touradas!
Obrigado Hugo, pelo excelente testemunho!
Quanto ao que referes no ponto 7, sobre ao vídeo ser exagerado e demagógico, não posso discordar contigo em absoluto, mas hás-de convir que estes assuntos não se tratam com "moleza".
Por acaso o facto de o vídeo estar linkado do youtube faz com que o título apareça logo no início revelando à partida o assunto que vai tratar, o que lhe retira muito do impacto. Quando o vi pela primeira vez ele fora-me enviado por uma pessoa amiga por e-mail e, acredita, o impacto que produziu em mim foi violento... fui assistindo com repugnância ao acto bárbaro de lapidação, ou suplício de apedrejamento, sem compreender qual o objectivo daquele vídeo até que lá apareceram as imagens dos touros ensanguentados e compreendi finalmente a mensagem.
A pessoa que me enviou o vídeo segue este blogue com regularidade, diria mais, diariamente, e sei que já verteu muitas lágrimas ao ler estas palavras. As mesmas lágrimas que ambos vertemos há vinte anos, na praça de touros mais antiga do país - Abiul - enquanto tocava-mos uns passdobles ao serviço da Banda Filarmónica que ambos representávamos - Filarmónica Artística Pombalense. A minha amiga chorava de raiva pela barbárie a que era obrigada a assistir e eu chorava por vê-la chorar (porque nos amávamos).
Passados estes anos todos, muita coisa mudou, mas muita manteve-se inalterada: a nossa amizade; o nosso amor; e o nosso repúdio por actos bárbaros praticados pelo ser humano entre os quais a Tourada se inclui, mas não é o único.
P.S.: Boa sorte para os exames!
P.P.S.: Se alguém souber como linkar um vídeo do youtube sem que apareça o título no início, agradeço que me transmitam a informação! Obrigado.
Após ler atentamente as vossas palavras, senti-me impelida a acrescentar algumas minhas.
Na realidade, quando penso em Abiúl sinto-me algo dividida. Por um lado, tenho daquele local grandes e carinhosas recordações de um enorme e eterno amor que me acompanharam toda uma vida e ajudaram a fazer de mim quem sou actualmente; por outro, aquele “desporto” invocava/invoca em mim uma raiva extrema, que fazia com que me visse por vezes (muitas vezes, mais ainda do que gostaria de admitir) a desejar que o detentor da bandarilha (instrumento utilizado para espetar no animal) caísse e fosse trespassado pela mesma.
Quando coloco aqui a palavra desporto, não é por acidente, pois muitos aficionados das touradas, dizem que se trata de um desporto e, como diz o Hugo no ponto 6, habitualmente, a defesa para os indefensáveis é exactamente a de “ - Eu se não gosto de um qualquer desporto não assisto”.
Mas, por curiosidade e essencialmente para complementar estas minhas palavras, fui procurar a definição de desporto, e aqui estão alguns dos resultados encontrados:
1. Divertimento, recreio.
2. Qualquer exercício corporal ao ar livre (para recreio, ou demonstrar agilidade, destreza ou força).
3. Desenvolvimento físico.
----x----
Actividade que requer uma complexidade de capacidades físicas e exercício físico vigoroso.
- Envolve organização e regulamentação da competição
- Ao mesmo tempo que é organizado e estruturado segundo regras bem definidas mantêm uma ligação muito forte com a liberdade e espontaneidade.
Ora, aqui, o que mais gostaria de evidenciar é exactamente a liberdade. Em qualquer desporto, as duas partes que competem, além de habitualmente em igualdade de circunstâncias e/ou condições, estão presentes por vontade própria, ou seja, exercem o seu direito de praticar esse desporto.
Não havendo manifesta vontade de alguma das partes de estar presente, lamento, mas isso nunca se poderá enquadrar na categoria acima mencionada.
Gostaria ainda de falar sobre as tradições em relação a este mesmo tema. Há alguns anos atrás foram proibidos no nosso país os touros de morte. Numa das localidades onde esta prática era comum, (prefiro não a identificar pois isso seria fazer-lhe publicidade que não merece), houve grande tumulto e nunca chegaram a colocar a lei em prática – com conhecimento do país, senão do mundo.
Lamentavelmente, invocando a tradição, conseguiram obter uma autorização para manterem os ditos touros de morte naquela localidade.
Quando uma outra localidade que também teria a mesma tradição, (tendo apenas sido suspensa por causa da lei), pediu para ser incluída naquela autorização, foi-lhe dito que, como a localidade anterior NUNCA tinha abandonado a tradição e esta última tinha-o feito (relembro que, para cumprir a lei em vigor), esta autorização não lhe seria concedida.
Ora, por um lado, ainda bem que esta última não obteve a sua autorização, (pelo menos os animais são poupados), mas, analisando a questão do foro legal (bem mais a vossa área do que a minha), os primeiros foram agraciados por nunca terem cumprido a lei!
As tuas palavras, Estudante de direito, fizeram-me reviver momentos da minha vida, que amei (pela pessoa que tinha a meu lado) e odiei, pelo “espectáculo” a que não podia fugir (por dever) e pela raiva que sentia por não conseguir evitar o que acontecia.
Permite-me usar as tuas palavras para reiterar que “Passados estes anos todos, muita coisa mudou, mas muita manteve-se inalterada: a nossa amizade; o nosso amor; e o nosso repúdio por actos bárbaros praticados pelo ser humano entre os quais a Tourada se inclui, mas não é o único”...
Boa sorte para os exames.
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