terça-feira, 30 de junho de 2009

Os castores dão-me razão!...

Os Exames continuam, numa maratona de esforço que só vem dar razão a quem um dia disse que os exames só servem para avaliar a capacidade dos alunos para fazer exames, e portanto o tempo não dá para grandes devaneios bloguísticos.

Mas como sei que um blogue acaba por ser como o Bar ou o Café habitual, onde passamos nem que seja só para ver quem lá está, beber um café apressado e regressar ao trabalho, aproveito para, sem grande esforço, adicionar pérolas de incomensurável valor (avaliação subjectiva, insusceptível de críticas).

Hoje, para descontrair após a realização do colosso de Introdução ao Direito, que me obrigou a transpor limites superiores aos que prometia a capacidade aparente o meu cérebro cansado, trago-vos uma belíssima fábula de Esopo. O tema? Descubram vocês!...

Uma das minhas preferidas fábulas de Esopo (entre tantas) é possivelmente uma das menos conhecidas: A fábula dos dois castores!

Os dois Castores!...

«Um dia, durante a construção de um enorme dique para conter o rio que teimava em se encher com a água da chuva, o castor do Rio da Direita notou, exausto, que os galhos estavam a terminar. Embaraçado, gritou, então, ao castor do Rio da Esquerda, se ele lhe poderia dispensar um ou dois galhos dos seus.

Voaram dois galhos por cima da sua cabeça, que o castor agoniado tratou de enfiar pelo amontoado de galhos que já começava a mostrar sinal de fraqueza. Desesperado, o castor tratou de ajeitar os galhos aqui e ali, até que, em pânico, perguntou mais uma vez ao castor do Rio da Esquerda se ele poderia dispensar mais dois ou três galhos. Ainda os galhos voavam para o seu lado, e já o castor, nervoso, os encaixava no meio da pilha de galhos que agora tremiam como uma gelatina e estancou, paralisado, à espera do pior.

Muito aflito, gritando por socorro, pela primeira vez na sua vida o castor do Rio da Direita subiu, atabalhoado, a encosta do seu rio e já ia começar a descer correndo para dentro do Rio da Esquerda, quando parou, chocado com o que via.

No Rio da Esquerda havia um outro dique, enorme e resistente, a conter a força da água. Deitado sobre ele, roendo calmamente uma folhinha de árvore, estava o outro castor, que observava as centenas de galhos que haviam sobrado, flutuando à sua frente… Antes que o castor do Rio da Direita se pudesse arrepender de algo, o seu pobre dique rebentou.

Em questão de minutos o rio transbordou, afogando o apavorado castor e cobrindo com enormes ondas o Rio da Esquerda – que engoliu o outro castor, a sua folhinha de árvore e as centenas de galhos que haviam sobrado.»

Uma lição que se pode tirar desta história é que… não adianta querer cuidar do seu rio sozinho!

Palavras mágicas: Partilha, Colaboração, Cooperação!

Sem comentários: