Cresci a ouvir Amália! Nos primeiros anos da minha vida poucos terão sido os dias que eu não tenha ouvido a voz maravilhosa desta magnífica Senhora do Fado. Estava ela então no auge da sua carreira, no esplendor da sua maturidade artística e feminina; o meu pai admirava-a e era seu fã. No carro, no camião, em casa, não faltavam cassetes ou cartuchos de quatro pistas que ouvia até romper as fitas. Eu não sabia explicar porquê, nem confessava a ninguém, mas os fados de Amália faziam-me vibrar. Mais tarde percebi a razão desse mistério: eu era romântico. Durante anos lutei contra essa condição. Lutei mesmo, com muita força... Sem resultado, ao que parece, pois este tolo coração continua vibrante e a trair-me. Suspeito que é o Fado. O meu Fado!
Este, por exemplo, rebenta-me completamente.
A versão original de Amália mexia comigo (à proporção da minha idade, da minha (i)maturidade), mas esta adaptação está sublime. Divina. E mexe com o meu coração que é uma coisa doida...
Convido-os a escutar com o coração e peço-lhes que não se prendam muito com estas palavras, pois elas são para mim, para mais tarde me deliciar, recordando, quando a carcaça estiver caqué(c)tica e dentro dela o coração, maluco, Vibrar... Perfeito!
... sempre ...
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