sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A História escreve-se muitos anos passados, por isso eu escrevo... uns dias depois dos acontecimentos! (sobre a eleição do Bastonário da OA)

Sabeis, amigos, nem sempre os textos mais longos são os mais eloquentes. Depois de ter escrito uns cinco longos parágrafos, olhei para trás e conclui: «Não era nada disto que querias escrever neste artigo. Fizeste com que se confunda o secundário com o essencial e vice versa. Apaga, anda». E apaguei.

Já não vou escrever o que queria. Como a água no rio, também um pensamento só ocorre uma vez na vida da mesma forma. Deixo-vos apenas a ideia, para que reflictais, se quizerdes, não esquecendo nunca que tudo o que escrevo serve apenas de ilustração a uma infinidade de situações possíveis, abstractas e concretas.

Ora, depois de ter lido algumas coisas sobre a recente eleição do bastonário da ordem dos advogados, a que conclusão cheguei eu? Que ninguém falou no que de facto aconteceu. E o que aconteceu foi que houve uma corrida, um concorrente e duas "lebres".

Numa situação normal, a qualidade das "lebres" face ao candidato que se quer promover não é muito importante, porque ainda que as "lebres" rebentem ao fim de duzentos ou trezentos metros, nesse percurso convocam outros concorrentes menos avisados a reagir e a fazerem eles, sem querer nem saber, de "lebres" enquanto o fôlego lhes permitir. E quando todos estão rebentados, lá surge o verdadeiro candidato, folgado, a "limpar" a concorrência e a vencer a corrida com toda a tranquilidade.

Por isso é que muitos ainda se espantam como é que alguns atletas arrancam lá do fundo das posições, já nos metros finais, para vencerem a corrida. Espantoso não é?! Espantoso é esse facto e espantoso é que alguns ainda se espantem com ele.

Ora, dizia eu no início do parágrafo anterior ao anterior, que não foi este mais que um aparte, que quando os concorrentes são muitos, a qualidade das "lebres" não é muito importante, pelas razões já explicadas. Mas numa corrida onde só há um concorrente é imperioso que se escolham "lebres" de elevado ou médio calibre para dignificar e honrar a vitória do (único) verdadeiro candidato à vitória.

Infelizmente não foi o que aconteceu na corrida à liderança do ceptro da Ordem dos Advogados. Perante um candidato fortíssimo escolheram duas "lebres" de robustez muito duvidosa. Até porque sabiam que, não havendo outros concorrentes, era-lhes proibido "rebentar" ou desistir ao cabo de duzentos ou trezentos metros, e antes teriam que levar a corrida até ao final.

Aprecie-se simplesmente os argumentos dos ditos concorrentes ou "lebres". Diziam eles que se fossem eleitos iriam abolir o exame de acesso à Ordem dos Advogados. Ha ha ha ha ha ha!... LOL (laughing out loud – rindo em sonoras gargalhadas) ROTFL (Rolling On The Floor Laughing – rebolando no chão rindo às gargalhadas) ha ha ha ha ha!

Expliquem lá, senhores candidatos-que-já-não-são, em linguagem de almanaque para que todos percebamos, quem é que vota para a escolha do bastonário da Ordem dos Advogados. São os de dentro ou são os de fora?! Quem vota são os advogados-que-já-são ou os advogados-que-querem-ser?! São os advogados-que-já-são! Claro, foi o que eu pensei! Então os advogados-que-já-são vão votar em candidatos que prometem abrir as portas (recém-fechadas) aos (milhares) de advogados-que-querem-ser?!

Estranha argumentação!

Foram "lebres" (e fracas)...

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