sexta-feira, 8 de julho de 2011

Nesta hipocrilândia quem com "murros no estômago" agride, com "murros no estômago" é agredido

Só agora é que os pseudo-salvadores da pátria se estão a dar conta daquilo de que há vários meses temos vindo a ser vítimas: o ataque despudorado, vil e torpe das empresas ultra-neoliberais de rating, esse novo "animal de estimação" ultraliberal criado em laboratório.

Um ataque concertado desse "bicho" que se transformou num monstro, numa besta que há-de devorar o(s) seu(s) criador(es).

Só agora é que se dão conta, esses iluminados, agora que a pimenta começa a chegar ao cuzinho deles. É que pimenta no cu dos outros para nós é refresco!

Deviam estar à espera de mimos, de festinhas talvez.

Vejam lá vocês a inteligência dessa gente. Como é que pretendem a confiança de financiadores?!

Veja-se o seguinte exemplo:

Imagine-se alguém que tem um crédito à habitação numa qualquer instituição bancária;

Subitamente, por acumulação de situações várias, entre as quais o excessivo endividamento derivado de um aumento desregrado do consumo, esse alguém começa a não conseguir pagar as mensalidades do crédito da sua habitação;

A instituição bancária, preocupada com o incumprimento, ameaça acionar a hipoteca se o cliente não regularizar a situação;

Esse alguém, além de dívidas tem também muitos filhos, filhos esses que nasceram numa época de miséria, em que andavam na rua de sol a sol, analfabetos e de monco no nariz, e com as algibeiras rotas já que não corriam o risco de perder por lá o dinheiro que não tinham;

Como os tempos haviam mudado muito recentemente, para melhor, os filhos desse pobre (in)feliz tinham ido para a escola, tinham calças novas com algibeiras profundas e sem furos, e carteiras recheadas, e até contas bancárias;

Em desespero de causa, o fulano, que tem permissão para movimentar as contas bancárias dos filhos desde que para aplicação na subsistência da família, recorre a esses fundos para pagar o crédito;

O Banco, claro, aceita o dinheiro mas fica assustado e pensa: «Este indivíduo, ao invés de procurar novas fontes de receitas, nomeadamente trabalhando mais e gastando menos, o que faz é recorrer às reservas escassas dos seus filhos que em consequência disso a breve prazo voltarão às ruas com o monco no nariz e as algibeiras vazias».

E é claro que esse cliente não se livrará de continuar na lista negra dos clientes incumpridores.

Coitados dos filhos! Não é murros que levarão no estômago, não... será fome! Muita fome!

E, claro, faltando o pão recomeçará a discussão onde ninguém tem razão.

Quem sabe se faça agora uma revolução a sério!

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