domingo, 21 de dezembro de 2008

Porque será?!...

Há uma ideia que me persegue desde ontem de manhã. E que me não larga, estou convencido, enquanto a não partilhar convosco.

Uma ideia é sempre um aglomerado de pensamentos: perguntas, dúvidas, respostas vagas, novas perguntas por vezes estranhas… enfim, uma ideia é sempre, ou quase sempre, como um livro inacabado!

Não sei se já todos pensaram, conscientemente, no fenómeno que leva um aglomerado de pessoas a reagir, da mesma forma e simultaneamente, a um determinado estímulo. Sendo certo que cada pessoa isoladamente reagiria de forma diversa, isto é, se se encontrasse só no momento em que o mesmo estímulo lhe fosse induzido.

Posso dar vários exemplos:

Os espectadores de um filme cómico numa sala de cinema reagem todos com sonoras gargalhadas, quando provavelmente se estivessem em casa sozinhos limitar-se-iam a sorrir ou a rir com menos intensidade; quando, num estádio de futebol, uma equipa marca golo todos os seus adeptos sem excepção ribombam um estrondoso GOOOLOOOOOO quando, provavelmente, mais de dois terços daquelas pessoas estando em casa sozinhas se limitariam a fazer aquele gesto de punho cerrado como quem dá um murro na atmosfera, e o grito de golo dependeria muito de ter vizinhos ou não a morar por perto; ou lembremo-nos do circo, das piadas dos palhaços ou do suspense dos trapésios e das feras; das anedotas dos entertainers; daquela piada inusitada do professor austero que arranca gargalhadas catárticas aos alunos… sei lá, milhares de situações que todos nós seguramente já vivemos e cujas reacções são diversas estando nós em grupo ou sozinhos.

A minha pergunta é: Porque será que acontece este fenómeno?!!

E porque será que me persegue esta ideia desde ontem?!!

À primeira pergunta não sei responder, por isso ela me persegue desde ontem.

A resposta à segunda pergunta é esta: Porque ontem, no final da aula de Introdução ao Direito, aconteceu um fenómeno semelhante que me deixou deveras sensibilizado. O professor regente da cadeira, Prof. Doutor Carneiro da Frada, acabava de se despedir dos alunos, desejando-nos Bom Natal e êxitos académicos, anunciando-nos que não iria estar presente no segundo semestre por motivos de Licença Sabática, e eis que rebenta uma estrondosa e merecida salva de palmas de saudação ao nosso professor. Não foi um aluno que começou a bater palmas e os outros foram atrás, não, foi uma reacção colectiva espontânea, simultânea e convicta!

Este episódio tem algo mais de particular. Tendo sido o último momento que vivi na Faculdade no final do primeiro semestre, teve o dom de me emocionar como aconteceu no primeiro momento que vivi no mesmo espaço, ou seja, na Recepção da FDUP a nós, alunos do primeiro ano.

Ficam aqui os meus votos (e julgo que partilhados por todos os meus colegas) para que o nosso Ex.mo Sr. Prof. Carneiro da Frada, que nos priva agora dos seus ensinamentos, nos venha a compensar num futuro próximo – quem sabe ministrando outra cadeira ou até num possível mestrado – partilhando connosco o enriquecimento obtido na sua Licença Sabática.

Só para finalizar um pequeno apontamento:

Tenho cá para comigo que não fui o único a ficar sensibilizado e comovido dentro daquela sala.

Porque será?!..

1 comentário:

Luís Paulo (Estudante de Direito) disse...

Como acontece sempre que acabo de publicar um texto no Blogue faço-lhe uma leitura cuidada no sentido de lhe detectar erros ortográficos, incoerências textuais ou ideológicas, falhas na cadeia da progressão textual, etc. e este não foi excepção.

O que reparei, e motivou este comentário, é que a data apresentada no início do Post não corresponde à data a que me refiro. Isto acontece porquê? Porque quando escrevo os meus textos normalmente já passa da meia-noite e o sistema assume essa data ao passo que no meu pensamento ainda estou a falar do dia anterior. Enfim, confuso mas compreendem-me.

Esta discrepância cronológica já aconteceu antes e irá certamente acontecer muitas mais vezes. Possivelmente não voltarei a fazer este reparo. Continuarei sempre a tomar como referência o dia que eu vivo - o meu dia café-com-leite (meio dia, meio noite).

:-))