Escuto diariamente comentários depreciativos à actual sociedade e ao que ela representa. Atingindo por ricochete aqueles que dela fazem parte e a constroem (todos nós). São dadas justificações das mais variadas ordens, ciências e perspectivas sociais. Seja a globalização, a competitividade, a informação massiva e dispersa, a insegurança ou mesmo a pluralidade de ideologias, os efeitos colaterais são reconhecidos e criticáveis por todos.
Interessante é que, pela maioria, a crítica é feita, as palavras são arremessadas, e o trabalho está feito!!!... Mas como na economia, na política ou no amor, não basta sermos passivos e críticos, há a necessidade constante de tomar a dianteira e ser activo, agindo em prol do que queremos e acreditamos.
A realidade académica não é diferente e acompanha esta tendência. E se a competitividade e individualismo no seio académico têm os seus créditos reconhecidos, sendo até fomentada por muitos, acaba por trazer com ela muitas consequências nefastas para os indivíduos como seres sociais.
Como todas as grandes viagens começam com um pequeno passo, faço deste post o meu. Dirijo esta reflexão a todas as relações interpessoais e, sem cair no vulgar, lanço um repto a todos os que partilham comigo o ideal de uma sociedade mais humana e digna.
Levantem os olhos do chão, olhem à volta, e procurem quem quer ser encontrado.
3 comentários:
Tema tantas vezes debatido, ou melhor, meramente falado. Das palavras aos actos vai uma distância enorme.
Mas é sempre bom relembrar. A humanidade escasseia, como a água no poço.
Belíssima imagem, se não estou em erro do filme "A Lista de Schindler". Cena impressionante.
Tens toda a razão... falar é fácil, fácil demais, até.
É com alguma tristeza que vejo, cada vez mais, a competitividade que deprecia o mundo académico. Mas acho, é claro, que o espírito competitivo, desde que moderado, é um incentivo importante para que os alunos se esforcem para chegar cada vez mais longe - sem, no entanto, passar por cima de ninguém.
Enfim, facilmente se vê que este é um daqueles assuntos delicados, em que o meio-termo, embora parecendo a solução ideal, é de difícil definição. Resta, portanto, apelar ao bom-senso de cada um... e esperar que esse senso seja mesmo bom!
"Este é o tempo
Da selva mais obscura
Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura
Esta é a noite
Densa de chacais
Pesada de amargura
Este é o tempo em que os homens renunciam."
Da autoria de Sophia de Mello Breyner
Os tempos são difíceis, como disse "Kikas" (perdoe o uso da alcunha), o bom senso parece ser a balança.
Será uma utopia uma sociedade de iguais em que o respeito e fraternidade são alianças de união entre eles.
Mas em pequenas amostras de sociedade é possível. E quando a alma não é pequena, o desafio passa a realidade, e o objectivo passa a concreto.
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