segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dinheiro fácil... será?

Em época de exames pouco tempo há para os nossos hobbies e actividades mais do nosso agrado, mas a verdade é que a dedicação exclusiva ao estudo para os exames se pode revelar prejudicial. Assim (embora tamanha dedicação não seja meu apanágio), quando não estou a estudar desanuvio as ideias lendo algo diferente dos nossos livros, sebentas, acórdãos, etc, passando os olhos por qualquer obra literária cá de casa ou correndo entre os dedos as folhas de uma revista que apanhe à mão. No domingo,deparei-me com a "Sábado", revista que muito aprecio, pois tal como a "Focus" e a"Visão" possuem a virtude de não se esgotarem numa só leitura - muitas vezes, ao reler artigos já percorridos encontram-se novas informações, novas ideias e mesmo frases que parecem soar diferentes.

Nesse dia, ao abrir fortuitamente a revista, reparei numa notícia muito interessante. Falava este artigo sobre uma família espanhola que vivia dos concursos televisivos e das operadoras de telemóveis, nos quais se participa via SMS. O que inicialmente começou por ser um passatempo passou a ser um modo de vida. O investimento é muitas vezes elevado, chegando aos 25 mil euros de factura telefónica, mas graças aos concursos já ganharam mais de 500 mil euros e cinco carros, só este ano. Para tal é necessário estar sempre atento - são vários os telemóveis utilizados para participar, e teclam todas as horas do dia. E não são os únicos - em Espanha (e possivelmente também em Portugal) há muitas pessoas que são autênticas profissionais nesta actividade. Lembro-me também que há uns tempos, num concurso da RTP, um concorrente contou que um amigo seu pagara casa, carro, casamento e estudos com os prémios ganhos em concursos semelhantes.

É sem dúvida uma forma interessante de ganhar dinheiro, tanto mais porque incentivada pela enorme competitividade e pela febre de ganhar. O que é ainda mais notório é a forma como estes jogos evoluíram - se antigamente as pessoas se dedicavam a ganhar dinheiro jogando cartas ou apostando nas corridas de cavalos, agora testam a sua cultura geral ou a sua tenacidade. Se por um lado a tentação do dinheiro fácil sempre existiu, por outro estes concursos podem ser uma solução para os problemas financeiros de muitos.

O que pensam disto?

3 comentários:

Luís Paulo (Estudante de Direito) disse...

Olá Inês!

Interessante, este teu texto. Muito interessante, mesmo. Não só pelo tema que apresentas conscientemente para debate, como pela questão que a introdução suscita e que tem que ver com os riscos de uma dedicação exclusiva (ou quase) ao estudo das matérias para exames.

Por essas razões atrever-me-ia a dividir o teu texto em duas partes convidando-te, ou desafiando-te, desde já, para que desenvolvas uma delas, a primeira, num trabalho próprio logo que o tempo to permita.

Quanto ao tema que propões, não sou seguramente a pessoa mais indicada para comentar, sob pena de dizer asneira da grossa, já que, por natureza, abomino todo e qualquer tipo de ganância e ambição desregrada. Por outro lado defendo que cada um deve fazer aquilo que o faz mais feliz, o que quer que seja, desde que não prejudique terceiros – pelo menos em grau superior àquele contra o qual os lesados tenham capacidade para se proteger, ou seja, a disputa com regras e “armas” iguais – e não seja de carácter manifestamente temporário, de tal modo que a prazo o possa conduzir a situações completamente antagónicas – por exemplo, a passagem de uma situação de extrema riqueza à de extrema pobreza; de felicidade a infelicidade, etc..

Conquanto não prejudiquem ninguém – para além deles próprios – deixá-los ser felizes. Pelo menos movimentam dinheiro. Todos sabemos que as operadoras telefónicas empregam muita gente, e um volume de facturação como o que referes (facturas de 25 mil euros) é qualquer coisa de monumental. Já não se pode dizer que se trata de simples cidadãos que arriscam no jogo, já se trata de autênticas empresas. E os prémios são patrocinados por empresas que têm os seus lucros, pois todos sabemos igualmente que “não se tira donde não há” e “ninguém dá nada a ninguém” ou, citando agora o nosso professor de Economia Política I, “Não há almoços grátis”). Deixá-los, pois, ser felizes. Não lhes invejo a sorte! :-)

Sem fugir à temática dos jogos, lanço também a seguinte questão: se fosse possível alguém ter um computador que calculasse todas as combinações possíveis do totoloto ou do euromilhões; tivesse forma de em tempo útil efectuar o registo de todas as apostas possíveis e tivesse capital em quantidade suficiente para suportar todas essas apostas das quais resultasse, garantidamente, um prémio muito superior ao investimento, seria razoável essa pessoa fazer as apostas? E na semana seguinte, faria a mesma coisa? E nas semanas subsequentes? Dar-lhe-ia prazer continuar indefinidamente a jogar esse jogo? Estariam os restantes apostadores na disposição de continuar a apostar? E o que moveria esse hipotético apostador, o lucro ou a adrenalina que resulta habitualmente do acto de apostar em jogos? Esta última não me parece credível, quanto à primeira… talvez sim… mas quem já tem tanto dinheiro quer mais para quê?!

Insondáveis que são os mistérios do cérebro humano, tudo é possível!...
Agora que os motores e os circuitos arrefeceram um pouco, voltemos as estudos que os exames aproximam-se a passos largos e impiedosos!... :-)

Beijinho, e bom estudo…

P.S.: Não esqueças o desafio, Inês!

Inês P. disse...

bem, LP, desculpa nao rpd mais cedo, ainda nao tinha reparado q tinha um desafio pendente... xD só nao percebi exactamente que parte do texto visa esse teu desafio. podes explicar? bj

Luís Paulo (Estudante de Direito) disse...

O meu desafio, ou convite, tem a ver com a introdução do teu texto.

Gostava que fizesses um texto de reflexão (depois dos exames, claro) sobre a importância de dar atenção a outras coisas para além do estudo para os exames.

Porque é que uns conseguem e têm mesmo necessidade de se abstraírem e outros não conseguem separar-se dos livros?!

Podendo ir mais longe, reflectindo da importância dos estudantes se dedicarem a actividades extra curriculares. Ou a importância dos conhecimentos em geral a par da importância da classificassão das cadeiras. Etc. etc.

Vamos lá dar uma última arrumadela aos livros de Economia para o exame de amanhã!

Bom estudo e boa sorte no exame!