Parabéns e Obrigada,
Começo por saudar os colegas, e a ti principalmente, Luís, pelo fantástico trabalho que têm aqui realizado. Conseguem mostrar que o espírito universitário pode ser resgatado das teias de competição desenfreada que os actuais paradigmas anarco-capitalistas nos apresentam… Cidadania, altruísmo, espírito crítico, criatividade, talento, assim caracterizaria este projecto. Projecto que, tal como a República (como diria o nosso professor Paulo Ferreira da Cunha), está em permanente construção e requer a participação de todos. Deixo-vos aqui o meu contributo, um devaneio, misto de sonho e de angústia, típicos de alguém que conhece um mundo novo, simultaneamente fascinante e assustador…
Procuro na realidade jurídica envolvente uma confluência, uma convergência, uma qualquer proximidade, uma semelhança ainda que pontual, um ponto de comparação ou alguma possibilidade de analogia com a constituição material que há em mim; um ponto de equilíbrio que confira algo de normatividade a esta felicidade meramente semântica; uma língua de fogo mais ou menos transcendente transformadora deste misticismo mórbido em ingénua utopia; uma hermenêutica apaixonada, geradora de interpretações minhas, reflexos de paraísos além da bíblia ou alcorão, ultrapassados em forma e conteúdo; uma privatização dos sentidos públicos fomentadora da apreensão consolidação do seu carácter público; uma consubstanciação consuetudinária dum sistema neuronal jurídico formalmente comprometido; um recurso sem retorno à ordem superior da consciência que declare a perpétua pena de amor ao Direito e à Equidade, e de serviço à Justiça, inflexível perante as fraquezas do corpo e da alma; uma venda que me impeça de hesitar no meu projecto, de ponderar percursos alternativos ao meu caminho; uma espada para a cortar, quando as assombrações “hesitatórias” se tenham dissipado; uma balança para, chegado o fim do caminho, perceber como foi compensatório o sacrifício, dado o custo de oportunidade final; umas vestes simples, rasgadas, para sempre recordar como foi árduo o percurso e como devo sorrir à realidade dura que com as mãos calejadas estarei apta a moldar. Então, a minha obra será arte e a justiça, ninfa inspiradora da criação.
PARABÉNS ÂNGELA!
1 comentário:
Obrigada Luis :)
Deveria eu fazer-te uma homenagem, pelo sorriso com que brindas os teus colegas todos os dias e, sobretudo, pela tua capacidadede de querer e de fazer.
Tenho imenso prazer em ter-te conhecido.
Quanto ao texto, apenas digo que foi sincero, foi sentido, foi chorado e hoje começa a ser disfrutado...
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