Viajar na Internet assemelha-se muitas vezes a viajar de comboio. Olhamos pela janela e vemos a paisagem que corre sem que nos possamos deter longamente em algum pormenor com especial atenção, já que as imagens sucedem-se a uma velocidade vertiginosa. A menos que olhemos bem no horizonte, onde a velocidade é mais reduzida, mas neste caso a acuidade visual diminui na proporção inversa à da distância que nos separa do objecto. Mas há sempre, e apesar de tudo, muita coisa bela que nos fica na memória. Ainda que não pensemos nelas nos dias imediatos, ocorre, porém, que nos assaltam o pensamento quando menos esperamos.
Sucede o mesmo com o que vemos e lemos na Internet quando andamos a viajar sem rumo definido! Há muitas coisas que nos agradam quando as lemos, mas como ali não há paragem limitamo-nos a um registo de memória. Um registo por vezes vago, a carvão, mas que nos permite pintá-lo mais tarde, de cores variegadas e sempre novas de cada vez que nos assalta o pensamento.
Será por certo esta uma introdução demasiado longa para a história que pretendo partilhar convosco e que li há dias numa dessas viagens longínquas que inevitavelmente me obrigaram a passar por locais que nada tinham que ver quer com a origem quer com o destino que eu almejava.
A história é muito simples e provavelmente será já do conhecimento de todos pois envolve um dos maiores génios de sempre: Albert Einstein. Também não me certifiquei da veracidade da história nem tal me pareceu pertinente ou necessário uma vez que as probabilidades de tal ter ocorrido são para mim mais do que suficientes para que reflicta sobre o assunto com seriedade.
Contava-se, então, que certo dia Albert Einstein pediu à sua secretária para distribuir um exame aos seus alunos de pós-graduação. A secretária, muito espantada com o que lia, e julgando tratar-se de um equívoco do grande mestre, dirige-se-lhe nestes termos: «Professor, estas questões não são as mesmas do exame do ano passado? Os alunos irão dar por isso!». Einstein muito calmamente limitou-se a responder: «É verdade, não se trata de equívoco nenhum. Trata-se efectivamente das mesmas questões e do mesmo exame do ano passado. Porém, embora as questões sejam as mesmas, as respostas alteraram-se!».
A espaços vem-me este excerto ao pensamento (salvo as imprecisões, já que foi redigido de memória, a partir do tal esboço a carvão) e uma coisa só me ocorre acrescentar: o homem não era tolo!...
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